segunda-feira, 21 de maio de 2012

Diálogos Parte I

[Eles esbarram um no outro. Apressados, constrangidos, apressam-se a pegar as coisas do chão e a irem, cada um na sua direcção. Afinal, nada mais havia entre eles. Ao chegar a casa, ela vê que entre as suas coisas, estava um caderno dele. Sem conseguir conter a curiosidade, ela abre-o, e lê o que nunca estaria a espera de ler]
Ela ouve pedras a bater na janela. Espreita, e vê quem é. Corre escada abaixo, e encara-o.
Ele - Desculpa. Mas eu não achava o meu caderno, por acaso não o terás levado sem querer?
Ela - Sim, ele está comigo. Desculpa, eu não me contive.. Eu li.
[Ele engole em seco. E agora? Tudo o que ele tinha sentido e ainda sentia estava naquele caderno. Ele não sabia o que fazer, então baixou a cabeça]
Ela continuou - Porque não me disseste isto mais cedo? Eu pensei.. Eu pensei que me tinhas esquecido. Ou que me odiavas. Eu pensei que.. [Uma lágrima escorre].
[Ele levanta a cabeça e olha-a nos olhos. Ela nota que lágrimas escorrem pela cara dele também]
Ele - Achas que era fácil? Que depois de tudo, eu podia simplesmente chegar perto de ti e falar isso? Não. Nada disto é fácil. Tu não tens noção de quantas vezes eu chorei enquanto escrevia nesse caderno. Como poderias? Eu deixei bem claro que tudo estava acabado. Mas essa decisão.. Foi a coisa mais difícil que eu tive que fazer na minha vida. Depois de te ter dito tudo aquilo, eu não conseguia praticamente respirar. Mas eu fiz aquilo pro teu bem. Eu amava-te, mas.. Tudo o que aconteceu levou-me a pensar que talvez não estivesses assim tão feliz comigo. Mas depois, eu não pude viver com isso. Eu não podia acreditar que te tinha afastado de mim. Que eu tinha mandado a minha vida ir embora. Eu não acreditava que alguma vez eu pensei que pudesse ser melhor ficarmos separado.. Então eu dava por mim deitado à noite, lembrando tudo o que vivemos até adormecer. Desde os sorrisos, até às brigas sem nexo. Os beijos. Os passeios de manhã. As horas deitados no jardim a olhar as estrelas. E eu tive a certeza que a minha vida não fazia sentido sem tudo isso. Mas achei que seria muito hipócrita da minha parte pedir-te pra voltar.. Então, eu só ficava a chorar ao ver o quanto fui otário. Eu não sou, não era perfeito, mas tu completavas-me. E ver-te todos os dias na escola, sabendo que já não eras minha.. Isso acabava comigo, isso fazia-me sentir vazio, incompleto.. Mas agora eu estou aqui, e talvez eu devesse ter dito isso mais cedo. Amo-te. Eu sempre te amei. Mesmo quando eu te levei a acreditar que não. Mesmo quando eu disse que estaria melhor sem ti. Eu menti. Eu apenas achei que tu, tão linda, tão perfeita, tão inteligente.. Que arranjarias alguém melhor, melhor que um vagabundo como eu..
Ela - Cala a boca.
Ele - Porquê?
Ela - Não é um vagabundo.. Nunca foste.
Ele - Então porque eu te obriguei a ir embora?
Ela - Porque és um homem de amores. Amaste-me tanto que mesmo a sofrer, a morrer por dentro, achaste que se eu estivesse melhor sem ti, talvez fosse melhor deixar-me ir. Estou certa?
Ele - Eu não sei..
Ela - Eu estou certa de uma coisa.
Ele - O quê?
Ela - Eu amo-te. Nunca mais fiques longe de mim.. meu otário.
Ele - Nunca. Eu amo-te, meu anjo.
[Ele abraça-a, e beija-a, com lágrimas ainda a cair, mas lágrimas de alegria, de todas as emoções que durante tanto tempo ele escondeu. Lágrimas de amor]

Without you there is no me

Todas as lembranças… Tudo o que vivemos.. Às vezes tudo isso volta, do nada.. Quando eu menos espero. No meio de um bar, quando a “nossa” musica toca.. Numa loja, quando eu vejo algo que assentaria bem nesse teu corpo perfeito. Quando o teu filme preferido passa na tv..
Eu não sei o porquê, mas passado tanto tempo, eu achava que já teria esquecido tudo isto, mas a verdade é bem diferente. Eu lembro de cada detalhe do teu rosto. Do perfume do teu cabelo. Eu lembro até do jeito engraçado com tu arqueavas as sobrancelhas quando estava espantada. Do modo engraçado como abrias a boca quando rias. Tu odiavas, mas eu achava tão lindo, tão meigo. Do contorno dos teus olhos, da forma das tuas mãos. Essas mãos, que deveriam estar aqui, entrelaçadas nas minhas…
Há dias em que eu acordo, e fico a olhar o ecrã do telemóvel, esperando por uma mensagem tua, como tu costumavas enviar, dando bom dia. Mas eu sei que essa mensagem nunca mais chegará. Que eu nunca mais te terei nos meus braços. Que tudo o que eu tenho teu, são lembranças..
Não tinha que ser assim. Talvez se nós tivéssemos tentado um pouco mais, não tivéssemos sido covardes, não tivéssemos desistido.. Desistido do nosso amor.
Agora nada mais faz sentido. Não faz sentido acordar sem te ter deitada no meu peito. Não faz sentido sair de casa sabendo que quando eu voltar, tu não estarás lá à minha espera. E eu não sei o que fazer. Se deverei correr atrás, ou deixar-te ir.. Deixar-te ser feliz, mesmo que isso implique não te ter comigo..
Eu sei que não sou perfeito, que nunca o serei.. Mas eu amo-te.. Isso não conta para nada? Não tem sentido algum?
Desculpa. Desculpa por tudo. Por não ter sido aquilo que tu precisavas. Por não ter conseguido fazer-te feliz. Eu estou a tentar ser um homem melhor, eu juro que eu estou.. Mas desculpa-me por não ter conseguido manter um sorriso nos teus lábios.. Esse sorriso, que a cada dia me fazia apaixonar-me mais e mais.
"Eu só queria que tu soubesses que eu não consigo parar de pensar em ti. Que ultimamente tudo me leva a pensar em ti. Que tudo o que eu queria neste momento era ouvir um “eu amo-te” saído da tua boca. Eu só queria que tu soubesses que eu ainda te amo, e sempre irei amar."
Without you there is no me…

És feliz depois de tudo

Eu sempre pensei que esquecer-te seria fácil. Que passado algum tempo, toda esta dor simplesmente iria embora, e não iria voltar nunca mais. Mas não foi assim tão fácil. Eu sentia a tua falta, de te ter comigo. E eu não sabia como lidar com isso. Foram tantas as noites a tentar esquecer-te, a tentar fazer com que a minha cabeça pensasse em algo diferente, que o meu coração batesse por algo que não tu. Eu nunca tinha sentido isto por ninguém. Nunca tinha amado ninguém deste jeito. De um jeito tão intenso, tão puro, que era até inquebrável, impossível deixar para trás. Eu tinha uma vontade de cuidar de ti, de te proteger. De fazer com que tudo fosse perfeito. Que o nosso amor fosse perfeito. Mas talvez eu não tenha feito o suficiente. E esta saudade que eu sentia fazia o meu peito doer, fazia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Eu tinha o cuidado de não mostrar isso a ninguém. De sorrir, um sorriso falso, que escondia toda a dor. Eu fiz disso um hábito, quase como se fosse uma profissão. Sorrir quando estava tudo mal, para parecer que tudo corria bem. Sorrir para não preocupar os outros, para que eles pensassem que eu realmente tinha conseguido seguir em frente. Eu comecei a evitar tudo o que me lembrava de ti, numa tentativa inútil de realmente te esquecer, de puder viver. Porque eu queria encerrar este capitulo, de verdade, e começar um novo, talvez com um final mais feliz. Mas eu tive que aceitar. Aceitar que eu sempre vou te amar. Que tudo o que eu vejo, tudo o que eu ouço, tudo o que eu sinto, sempre vai levar a ti. Eu tive de aceitar que eu nunca vou te esquecer, que tu és o amor da minha vida. Mas também tive de aceitar que tu não estás mais comigo. Que conseguiste fazer o que eu não estava a conseguir. Seguir em frente, deixar o passado para trás, apenas como boas lembranças. E isso dá-me uma certa calma. Porque estás a conseguir ser feliz.

domingo, 20 de maio de 2012

Esquecer e lembrar.

Desde o primeiro momento em que eu te vi, em que chegas-te perto de mim, e me disseste “Olá”, e esses lábios rosados se abriram mostrando o sorriso mais perfeito que eu já tinha visto, que eu sabia que tu eras especial. Que talvez pudesse ser desta vez, que eu realmente tinha encontrado alguém com quem partilhar os meus sonhos, os meus desejos, o meu amor. Eu imaginava-nos, um dia, num lugarzinho longe daqui, numa casa pequena, com um jardim bonito, e um monte de filhos a correr por ele. Imaginava que ia chegar em casa, e ser recebido com um beijo, e um “Como foi o teu dia, meu amor?”. Que um dia partilharíamos as nossas vidas, que seriamos um só.
Com o passar do tempo, eu fui me apaixonando cada vez mais. Já não imaginava como seria a minha vida sem te ter comigo. Acordar sem ter uma sms tua a dar-me bom dia, chegar à escola e não te ver ao longe, à minha espera. Eu apenas conseguia imaginar um futuro onde estaríamos juntos. Um futuro onde seriamos apenas eu e tu.
Foram tantas horas a conversar, tantos risos, tantos desabafos, tantos beijos. Foram tantas noites a  adormecer pensando em ti, e acordar com o desejo de que tu estivesses ali. Tudo o que eu fazia girava em torno de fazer com que esse sorriso perfeito nunca deixasse os teus lábios. O meu maior objectivo era fazer-te feliz, fazer com que te sentisses amada. Tudo o que eu queria era que pudéssemos ser felizes, juntos. Que nada atrapalhasse os nossos planos.
Mas nada dura para sempre, tudo tem um fim. Eu fui vendo os dias passar, as semanas, os meses, e nós dois a afastar-nos, até um ponto em que parecíamos desconhecidos. Tudo desapareceu. As conversas, os abraços, os beijos, tudo. Eu podia jurar que todas as vezes que entrava no meu quarto eu sentia o teu cheiro. Que toda a vez que a nossa música passava na rádio, era como se tu estivesses de novo ali comigo. Eu não sei como pudemos chegar a este ponto. Como pudemos deixar o nosso amor morrer. Os nossos planos não passavam agora de vagas lembranças do que seria um futuro feliz.
Agora eu passo as noites a pensar, beber café, escrever. Esperando que tudo se resolva sozinho, que os problemas simplesmente desapareçam, e que por um feliz acaso, eu volte a ser feliz. Só que… Há um problema. É que eu ainda adormeço contigo no pensamento, e acordo querendo que tu estejas ali. Eu ainda oiço a tua voz no meu ouvido, dizendo que iremos ficar juntos para sempre. Porque o tempo que eu passei contigo foi o melhor da minha vida. Foi quando eu aprendi a sorrir, a amar, a ser feliz. Tudo parecia bem, porque eu te tinha. Agora tudo o que eu posso fazer é escrever. Escrever, pensar, relembrar. E tentar seguir em frente, tentar sorrir, nem que seja até ao dia seguinte. Desejar que tu estejas feliz, e que este o mundo nunca perca esse seu sorriso, capaz de mover montanhas, capaz de fazer o meu coração bater mais rápido. Mas por favor, diz-me. 
Diz-me, como posso eu realmente esquecer isto tudo?

Everytime...

Talvez eu apenas tenha medo de te perder. De ter que acordar todos os Domingos de ressaca, olhar para o lado e não te ver ali. Talvez o meu único problema seja esta minha incapacidade, esta minha relutância em tentar ser feliz sem te ter, em tentar seguir em frente. Porque eu sei que sempre que eu me sentir mais sozinho, o meu pensamento vai voar para perto do teu. Ou talvez eu apenas realmente precise de ti. Porque eu sei que mais ninguém vai conseguir fazer-me feliz. Que mais ninguém vai conseguir fazer com que eu fique com este sorriso parvo cada vez que me dirige uma palavra. Porque apenas tu me deixa assim, meio sem saber o que fazer quando não estás por perto. Eu deveria deixar os porquês para lá, erguer a cabeça e sorrir, mesmo que tu não esteja aqui. Mesmo que eu acorde de manhã a saber que não irei te ver. Mesmo sabendo que sempre que passar na rádio aquela música do teu cantor favorito, eu vou lembrar-me de ti. Mesmo sabendo que eu te amo, e que o teu sorriso sempre vai ser a maior razão para o meu. Talvez eu apenas tenha que te deixar partir… But girl, everytime you walk away or run away, you take a piece of me with you there.

Um dia.

Chega uma altura em que te cansas. Essa coisa de tentar ser feliz sem ter quem amas do teu lado. De ter que sorrir todos os dias porque não queres que mais ninguém saiba o quanto dói estar sozinho, o quanto dói ter que ver todos os dias aquela pessoa sem a puder ter. O quanto dói essa pessoa estar tão perto, e mesmo assim tão distante. Mas continuas a sorrir. E continuas a responder com um “Nada, eu estou bem” quando te perguntam “O que se passa?”, quando na verdade há tanta coisa a acontecer que nem sabes por onde começar. E todos os dias, antes de dormir, naquele segundinho entre apagar a luz e adormecer, pensas no quanto irias ser feliz do lado da tal pessoa. E muito provavelmente, quando adormeceres, vais sonhar com ela também. E vais acordar e desejar voltar a dormir, porque o sonho estava tão bom, e a realidade é tão dolorosa… Mas é essa realidade que tens que encarar. Ser forte, sorrir. Porque um dia, tudo vai correr bem, e ainda vais pensar assim “Meu Deus, eu estou feliz”.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

It's time!

Não posso mais ter calma. Ouvir o típico "tudo passa com o tempo". O tempo passa rápido demais e eu não deixo de sentir, nem sequer diminui com o passar dos dias, das semanas, dos meses... As músicas românticas ainda fazem sentido, eu ainda sorrio ao receber uma sms tua... É mais que claro que eu ainda quero. Que eu ainda te desejo. Que eu daria tudo para puder te beijar. Que correria este mundo e o outro pelo teu sorriso. Mas é ainda mais óbvio que isso só me está a magoar. Que amar sem ser correspondido não é coisa boa para o coração. Não vou ficar sentado à espera de um remendo no peito que pode nunca chegar. Eu amo-te. Talvez demais e talvez para sempre, mas está na hora de me amar também.