domingo, 20 de maio de 2012

Esquecer e lembrar.

Desde o primeiro momento em que eu te vi, em que chegas-te perto de mim, e me disseste “Olá”, e esses lábios rosados se abriram mostrando o sorriso mais perfeito que eu já tinha visto, que eu sabia que tu eras especial. Que talvez pudesse ser desta vez, que eu realmente tinha encontrado alguém com quem partilhar os meus sonhos, os meus desejos, o meu amor. Eu imaginava-nos, um dia, num lugarzinho longe daqui, numa casa pequena, com um jardim bonito, e um monte de filhos a correr por ele. Imaginava que ia chegar em casa, e ser recebido com um beijo, e um “Como foi o teu dia, meu amor?”. Que um dia partilharíamos as nossas vidas, que seriamos um só.
Com o passar do tempo, eu fui me apaixonando cada vez mais. Já não imaginava como seria a minha vida sem te ter comigo. Acordar sem ter uma sms tua a dar-me bom dia, chegar à escola e não te ver ao longe, à minha espera. Eu apenas conseguia imaginar um futuro onde estaríamos juntos. Um futuro onde seriamos apenas eu e tu.
Foram tantas horas a conversar, tantos risos, tantos desabafos, tantos beijos. Foram tantas noites a  adormecer pensando em ti, e acordar com o desejo de que tu estivesses ali. Tudo o que eu fazia girava em torno de fazer com que esse sorriso perfeito nunca deixasse os teus lábios. O meu maior objectivo era fazer-te feliz, fazer com que te sentisses amada. Tudo o que eu queria era que pudéssemos ser felizes, juntos. Que nada atrapalhasse os nossos planos.
Mas nada dura para sempre, tudo tem um fim. Eu fui vendo os dias passar, as semanas, os meses, e nós dois a afastar-nos, até um ponto em que parecíamos desconhecidos. Tudo desapareceu. As conversas, os abraços, os beijos, tudo. Eu podia jurar que todas as vezes que entrava no meu quarto eu sentia o teu cheiro. Que toda a vez que a nossa música passava na rádio, era como se tu estivesses de novo ali comigo. Eu não sei como pudemos chegar a este ponto. Como pudemos deixar o nosso amor morrer. Os nossos planos não passavam agora de vagas lembranças do que seria um futuro feliz.
Agora eu passo as noites a pensar, beber café, escrever. Esperando que tudo se resolva sozinho, que os problemas simplesmente desapareçam, e que por um feliz acaso, eu volte a ser feliz. Só que… Há um problema. É que eu ainda adormeço contigo no pensamento, e acordo querendo que tu estejas ali. Eu ainda oiço a tua voz no meu ouvido, dizendo que iremos ficar juntos para sempre. Porque o tempo que eu passei contigo foi o melhor da minha vida. Foi quando eu aprendi a sorrir, a amar, a ser feliz. Tudo parecia bem, porque eu te tinha. Agora tudo o que eu posso fazer é escrever. Escrever, pensar, relembrar. E tentar seguir em frente, tentar sorrir, nem que seja até ao dia seguinte. Desejar que tu estejas feliz, e que este o mundo nunca perca esse seu sorriso, capaz de mover montanhas, capaz de fazer o meu coração bater mais rápido. Mas por favor, diz-me. 
Diz-me, como posso eu realmente esquecer isto tudo?

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