Há coisas nesta vida que tomas como uma certeza. Mas a vida é um conjuntos de variáveis. E eu sou péssimo a matemática. Nada se mantém igual, como é óbvio. O que hoje é verdade, amanhã pode não ser, mas há que manter um padrão. Há que seguir um fio de narrativa que torne minimamente suportável esta comédia romântica de fraca qualidade que é a vida. Não posso achar que o destino junta e afasta pessoas. Isso é responsabilidade delas próprias. Mas sacudir a água do capote deve ser mais fácil do que admitir que somos seres imperfeitos. E que erramos. Oh, se erramos. O ser humano é um ser de hábitos. Só assim se explica o facto de cometermos o mesmo erro vezes sem conta. De pegarmos nas variáveis da vida e fazermos delas um jogo de xadrez em que a rainha se mexe como quer, e o rei dá um passo de cada vez. Estamos mais preocupados com a imagem que desconhecidos têm de nós do que com a imagem que temos de nós mesmos, e até com a nossa felicidade. O quão triste é isso? Eu não nasci para abdicar do que quero em função dos desejos ou caprichos de outros. Eu não nasci para abdicar de algo que conquistei ao longo dos tempos pela forma como outras pessoas interpretam ideais alheios. E certamente não nasci para abdicar de ti. Já deixei que demasiados pedaços de mim se fossem embora, que daqui a pouco pareço uma manta de retalhos. Já deixei que demasiadas pessoas fossem embora como se eu fosse uma estação de serviço e só lá estivesse para suprir necessidades. Mas não a ti. Nunca a ti. Porque nós prometemos que era para sempre. E eu não quebro promessas.
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